Notícias


CTIC abre espaço para o mercado conhecer projetos inovadores desenvolvidos na academia

As iniciativas estão sendo apresentadas na II Mostra Inova CTIC/RNP

Representantes de empresas ligadas à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) estão participando da II Mostra Inova CTIC/RNP, entre 1° e 2/12, em São Paulo. O evento é a oportunidade de divulgar e colocar à disposição do mercado os produtos e serviços projetados pelos grupos de pesquisa coordenados pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação (CTIC). Na abertura do evento, o diretor do CTIC, Lisandro Granville, fez uma breve explicação sobre o histórico do centro de pesquisa.

“O CTIC foi criado para desenvolver a competência nacional para inovação em comunicações digitais. Em princípio, os projetos tinham foco em TV Digital”, esclareceu. Com o passar do tempo, o escopo do CTIC foi ampliado e novos temas passaram a ser prioridade: cidades inteligentes, computação em nuvem e virtualização de redes e serviços.

Lisandro destacou que o CTIC possui atualmente 16 projetos executados, em três ciclos, e conta com mais de 50 instituições envolvidas nessas iniciativas. “Nesta segunda mostra, vamos apresentar os projetos que fazem parte do segundo e terceiro ciclos, além de cinco Grupos de Trabalhos (GTs) internamente selecionados pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), com resultados com interesse para a indústria”, explicou o diretor.

Apresentação dos GTs na mostra

Na parte da manhã, três projetos de GTs tiveram destaque no evento. O primeiro foi o VOA, Vídeos sob Demanda como Objetos de Aprendizagem, apresentado pelo representante do grupo André Luiz Damasceno, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O objetivo do projeto é permitir o uso de conteúdo multimídia interativo no ensino a distância. Foi criada uma ferramenta chamada Cacuriá, que permite aos profissionais da área da educação criarem objetos de aprendizagem em um processo intuitivo, tendo como base vídeos educativos. 

“O diferencial dessa ferramenta é a possibilidade de criar vídeos não lineares, fazendo com que o conteúdo se adapte à interação do aluno. E para facilitar a manipulação da ferramenta pelos professores, criamos uma interface parecida com o PowerPoint, o que remete a um programa que eles já usam no dia a dia”, explicou Damasceno. Após confeccionar os vídeos, os educadores podem exportá-los para versão web ou TV Digital interativa e os conteúdos ficam disponível na página do serviço iVod, que pode ser acessado de qualquer dispositivo móvel com acesso à internet.

Outro GT que participou da mostra foi o Mcof, apresentado pelos representantes do projeto Leonardo Daronco e Felipe Cecagno, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O Mconf é um sistema de webconferência de código aberto escalável e interoperável para web e dispositivos móveis, que pode ser usada em diversos cenários – eventos, educação e reuniões a distância, por exemplo.

De acordo com Daronco, a ferramenta tem foco em educação, devido ao enorme mercado, 2.400 instituições de ensino superior no Brasil, e à possibilidade de levar a educação a mais pessoas. Além disso, ele destaca seis motivos para o uso do Mconf: “Com esse sistema, temos facilidade de interação com os dados já existentes da instituição, liberdade de customizar a ferramenta para a identidade visual do cliente, código aberto proporcionando um ambiente colaborativo, infraestrutura escalável e monitoramento em tempo real”. Esse sistema já possui hoje uma start-up, a Mconf Tecnologia, que tem o objetivo de expandir o uso da ferramenta no mercado.

O Sistema para Controle Inteligente de Redes Sem Fio, SciFi, foi o terceiro GT em destaque na II Mostra Inova CTIC/RNP. Essa é uma solução de baixo custo para redes sem fio de larga escala (de 10 a 5 mil pontos de acesso - APs), usando um controlador de software e hardware. “O SciFi muda o paradigma de instalação de rede sem fio, pois é um software livre, sem custo, adaptável e com possibilidade à cooperação, possui um ponto de acesso muito barato e o sistema configura isso sozinho”, destacou o representante do projeto o PhD Luiz Schara, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

SciFi atualmente está com 400 APs na UFF e a previsão é de passar para 4 mil pontos de acesso em 2015. A tecnologia também está em uso na Marinha Brasileira. Segundo Schara, uma das vantagens do sistema é o seu desenvolvimento contínuo. Além disso, o SciFi tem o benefício de mudar a configuração constantemente, de acordo com o ambiente: diminui interferências e aumenta a qualidade do sinal, por exemplo, de acordo com a necessidade de cada ponto.