A apresentação do projeto Simtur, sistema de monitoramento de tráfego urbano, abriu a apresentação das iniciativas apoiadas pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias Digitais para Informação e Comunicação (CTIC), na II Mostra Inova CTIC/RNP. Esse e outros três projetos integraram a programação da parte da tarde do evento, no dia 1/12.
A coordenadora geral do Simtur, a professora doutora Patrícia Jaques, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), destacou o objetivo do projeto em contribuir para a desobstrução de vias urbanas e incentivar o uso de transportes coletivos. “Isso é possível por meio do uso de tecnologias da informação e da comunicação para gerenciar, controlar e prover informações sobre sistemas de transporte”, explicou Patrícia.
O projeto envolveu 20 pesquisadores de 17 instituições. Um dos produtos desenvolvidos foi a ‘Simulação inteligente de semáforos’, que possibilita gerenciar os semáforos de forma eficaz, para se adaptar às condições do tráfego e melhorar o sistema de trânsito. Outro serviço foi o Antares, disponível no site antares.unisinos.br. “Essa ferramenta apresenta possibilidades de rotas, com tempo estimado de espera do transporte e duração da viagem. Devido à dificuldade de conseguir informações das prefeituras, como as linhas de ônibus e os pontos de paradas, trabalhamos com o sistema crowdsourcing, em que os usuários fornecem essas informações. Já está rodando para a cidade de Porto Alegre”, destacou a coordenadora.
O CIA2, Construindo Cidades Inteligentes, foi o segundo projeto fomentado pelo CTIC apresentado no evento. A iniciativa se propõe a construir uma infraestrutura de instrumentação, computação e comunicação para viabilizar as Cidades Inteligentes. Isso incluiu ferramentas para aquisição dos dados urbanos brutos, por meio de tecnologias de redes de sensores e internet das coisas, além de ferramentas para comunicação, armazenamento e acesso a esses dados por diferentes tecnologias e protocolos de redes sem fio. Além disso, o CIA2 construiu aplicações que se beneficiam de toda essa infraestrutura, para suportar uma melhor gestão pública e do meio ambiente, agregando valor ao cidadão.
“Nós já temos tecnologia para fazermos aplicação de larga escala dessas tecnologias, mas ainda há muito o que trabalhar em relação à segurança das informações”, ressaltou o vice-coordenador da iniciativa, o professor doutor Antônio Augusto Fröhlich, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele ainda destacou que o CIA2 já conta com apoio de empresas que fabricam sensores seguros, usando protocolo do projeto.
O professor doutor Celso Saibel, da Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes), apresentou aos participantes do evento o projeto Space-4D, Sistema Participativo de Gestão e Monitoramento de Cidades e Serviços Públicos, usando Câmeras de Monitoramento 4D. A iniciativa propôs padronizar câmeras especiais de monitoramento, desenvolver e aplicar técnicas para reconhecimento e rastreamento de pessoas ou objetos, a fim de facilitar a gestão de cidades, por meio da integração de sistemas de monitoramento aos conteúdos multimídia gerados por usuários "comuns" da internet.
O projeto também resultou na criação de uma ferramenta de apoio à gestão urbana e transporte coletivo que utiliza os dados gerados via crowdsourcing, em que as informações cedidas pelos usuários são usadas na gestão de cidades. “Também foi criado um sistema de apoio à gestão pública, que consiste em uma base de conhecimento para auxiliar o poder público a tomar decisões”, destacou Saibel.
Finalizando o primeiro dia de evento, a iniciativa apresentada foi a Remoa, que utiliza o conceito de Redes de Monitoramento do Ambiente. O projeto propõe um conjunto de ferramentas que explora a participação do cidadão em uma Cidade Inteligente baseada na Internet das Coisas. O protótipo desenvolvido possibilitou o monitoramento remoto de pacientes com doenças crônicas, em suas próprias casa, utilizando dispositivos como sensores de movimento e monitores de pressão cardíaca. Foram propostos meios de prover a comunicação autônoma de dispositivos de monitoramento, viabilizando a constante obtenção de informações a respeito do paciente monitorado e de forma não intrusiva.
De acordo com a professora doutora Liane Tarouco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a privacidade das informações dos pacientes foi o foco do projeto. “O agente de saúde só tem acesso aos dados do paciente enquanto estive na residência deste”, explicou Liane. Esse projeto, se aplicado, ainda pode melhorar programas já existentes, como Saúde da Família e SUS em Casa.
Estandes para divulgação dos projetos
Além das apresentações na sala principal do evento, foram disponibilizados estandes, durante todo o dia, para demonstrar as novas tecnologias. Esses espaços ainda funcionaram como local de reunião com representantes das empresas interessadas nos projetos desenvolvidos.